Santa Maria uma folha em meio ao imenso Brasil, acordou com a notícia de como uma simples noite deixava uma marca no coração da nação, é impossível não se sensibilizar e chorar com as notícias desse 27 de janeiro, pessoas que eram anônimas pra mim me fizeram refletir e pensar no quanto uma noite qualquer pode deixar de ser uma noite qualquer e assim como aquele texto de Fábio Carpinejar, eu também morri em Santa Maria, uma parte de mim pensa em como as vidas de tantos jovens foram tragadas de forma tão impulsiva, a única festa que eu fui na minha vida, foi a festa de término da minha faculdade, por que era da comissão de formatura e precisava estar lá, me coloquei no lugar, por que naquela festa organizada por aqueles cursos, deixou mais de duzentos mortos, em uma cidade pequena, aonde tudo é evento, um lugar aonde todos acabam tendo uma relação um com outros, eu daqui do outro extremo do país, em Manaus conheço pessoas que estão sofrendo com a morte de amigos e preocupados com familiares que estavam em Santa Maria, é impossível não pensar nas cenas de horror na saída desesperada de uma boate que poderia ser qualquer outro lugar fechado, e no pesar dos corações das pessoas ao procurar e ligar para seus amigos e familiares e não conseguirem encontrar, e ainda pior, o pesar de entrar em uma quadra e ver centenas de corpos e procurar um rosto conhecido, o som dos celulares tocando nos bolsos dos corpos já sem vida. É impossível não pensar e pedir a Deus que não esqueça da sua criação, não esqueça dos seus filhos que em momentos de choro e tribulação lembram de pedir auxílio a Ele, que Ele conforte o coração de todas as pessoas, por que a dor é conjunta, que Ele não leve em conta a revolta, o julgamento, mas que plante nos corações o amor dEle, que seja um consolo em meio a lágrimas e que fortaleça a todos em um momento aonde é mais fácil se sentir incapaz, mas que a confiança esteja sempre nEle, neste e em todos os momentos.
Ana Bandeira
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